FORMAÇÃO

Formação de Pregadores - 1ª parte  

O Pregador      

Aprender a pregar não se limita a uma técnica de oratória, mas a seguir passos do mistério da encarnação, em que a palavra e acontecimentos se unem individualmente.
Trata-se de imitar o maior comunicador da história, que não apenas chegou a ser o tema de pregação de muitos, mas também muitos mártires deram suas vidas por ele.
Assim pois, em primeiro lugar, devemos estar conscientes do chamado a pregar que Jesus nos confia.
O pregador não pode ter orgulho ou vaidade, mas simplicidade para receber, não se vangloriar do vasto conhecimento que possui das Sagradas Escrituras.
Nada adianta ter boa vontade, do da oratória, conhecimento, a menos que requeira humildade e o desejo de aprender.

Receptor
Todo pregador é uma antena receptora que capta a voz do Senhor. Porém são necessários ouvidos especiais para escutar a mensagem.
Saber descobrir a mensagem no silêncio do seu coração, na oração e na contemplação.
"Dá-me, ô Deus, um coração que escute" (1Ro 3,9)
Jesus é a palavra, nós, o veículo transmite a palavra.
Somente a palavra produz vida, a palavra necessita de uma expressão sensível e é aí onde entra o pregador.
Somente Deus dá vida através da nossa pregação. Nosso papel é ser instrumentos, porém instrumentos necessários e quanto mais capacitado este instrumento, melhor pode servir nos da palavra de Deus.
Efetivamente, há pessoas falam muito de Deus, porém poucos falam com Deus.
"Mostrai-me Senhor, teus caminhos, ensina-me tuas veredas" (Sl 25,4)
O pregador não pode pré-fabricar, a cada dias o vento sopra diferentemente e precisamos estar abertos para a vontade do Senhor.
O colaborador do Senhor tem que abrir suas velas ao contato do Espírito, para deixar-se conduzir por seu misterioso sopro que nunca é igual. O senhor chama os valentes para usar com astúcia e atrevimento para propagar o evangelho.
O bom pregador não repete o mesmo, nem aprende as coisas de memória ou lê o que pregou em outra ocasião, mas sempre se pergunta:
"Como eu diria isto de uma forma diferente? Como faria para chegar além de onde cheguei até hoje?
Deus usou os meios mais engenhosos para atrair o homem.

"Jesus crucificado deve ser a fonte da sabedoria, onde aprendemos o que ensinamos"



Formação de Pregadores - 2ª parte

O Chamado

a) A Vocação

Porque queremos ser pregadores? Porque nos envolvemos na missão de levar Cristo aos demais?
Existem várias respostas. Algumas delas são muito válidas.
_ Desejo levar a luz de Cristo aos demais.
_ Agrada-me pregar e me sinto com qualidades para faze-la.
_ O pároco me convidou para colaborar.
Porem
"Toda a autoridade sobre o Céu e sobre a Terra me foi entregue" (Mateus 28,18)
O Senhor nos chamou e nos confiou uma missão, para colaborar com ele.
Nós apenas seremos seus servidores, porque é Ele o Senhor, que nos usa para anunciar a Boa Nova.

b) A Obediência

Este chamado de Jesus exige uma resposta de nossa parte. Custa muito aceitar que as coisas não aconteçam como queremos ou planejamos. Os caminhos de Deus não são os nossos caminhos.
Nossa resposta se manifesta em colaboração dentro do plano de Deus.

c) Para que nos chama, ó Mestre?

"Não fostes vós que me escolhestes, mas foi eu que vos escolhi" (João 15,16)
Não somos escolhidos por ser os melhores, mas para que assim se manifeste que é por graça e não por méritos próprios.

d) A Missão

Para dar frutos, e um fruto abundante que permaneça, os xxxx devem estar unidos a videira.
Falar Dele, e não de nós. Existem pregadores mais interessados em falar de si e em justificar sua autoridade, que em anunciar a vida e a mensagem de JesusCristo. Ele nos chama para ser mensageiros através do Espirito Santo.

e) Corpo: variedade na vaidade

Deus através de seu Espirito, forma o corpo de seu Filho, unindo os diferentes membros e repartindo a cada um, um carisma diferente.
Deus em sua sabedoria a economia da salvação de tal maneira que nós precisaremos uns dos outros. Assim como eu necessito de outros, eles precisam igualmente de mim.
Ao ser chamado por Deus é necessário renunciarmos a si mesmos e perguntar ao Senhor:
"Que queres que eu faça" (At. 22,10)






Formação de Pregadores - 3ª parte     

Caminho da Pregação

O pregador se especializa em busca de diferentes formas pelas quais Deus se comunica. Aqui temos o modelo de um pregador: escutar e crer na palavra, para depois entregá-la ao mundo.
Nosso papel é ser instrumento necessário, já que Deus quis salvar a humanidade mediante a pregação. Muitos pregam desacertadamente, não por falta de qualidade, mas porque não souberam ir além da mensagem.
São quatro rotas a percorrer atentos para descobrir mensagens a cada passo.

A - Via Cosmológica;
B - Via Antropológica;
C - Via de Revelação;
D - Via do Magistério da Igreja.

A - Pela via cosmológica se encontra Deus através do que Ele criou. A natureza contém a obra de Deus.
A natureza nos apresenta mais de mil detalhes que bem utilizadas, tornam-se mais valiosas a mensagem que oferecemos.
Jesus usou continuamente a linguagem da natureza. Exemplo: * fez alusão pelo menos 20 animais, * fez ver a mensagem de Deus na levedura e o grão de mostarda, etc.

B - O homem em si mesmo é presença de Deus neste mundo. Somos feitos a imagem e semelhança, e quem não sabe descobrir a Deus nos homens, sua história e a sua vida, não é capaz de encontrá-lo em nenhuma outra parte.

Análise da realidade

O pregador é um homem que conhece o terreno que pisa e parte dele para poder anunciar a mensagem de salvação.
Não existe melhor porta para que as pessoas se abram a mensagem, do que partir de sua situação.
Não pretendemos que alguém se interesse no que dizemos, se antes não lhe demonstramos interesse em suas coisas.
Nossa pregação deve Ter o frescor da água viva e o colorido do arco-íris.

C - Caminho da revelação.
Todas as religiões são uma busca da divindade pelos homens .
Alguns pregadores transmitem o que eles pensam de Deus, e se esquecem de comunicar o que Deus disse de si mesmo.

Infelizmente há pregadores que Não levam a bíblia, nem mesmo a usam. Falam de Deus sem referir-se ao que Deus quis dizer-nos de si mesmo.
* O Espírito Santo segue revelando os segredos de Deus no coração dos discípulos de Jesus.
Deus continua-se manifestando no coração dos crentes. Somos cartas de Cristo redigidas pelo Espírito de Deus.
O bom pregador, não é o que repete o que leu ou escutou, mas o que aprendeu aos pés de Jesus.

D - Caminho do Magistério da Igreja
O magistério da Igreja, os Santos Padres e os documentos oficiais da Igreja são mananciais inesgotáveis para encontrar mensagens muito ricas.
O magistério é como uma mina que se necessita explorar para logo extrair o ouro e a prata.

O bom pregador fala porque tem algo a dizer
O mau pregador fala porque tem que dizer algo


Formação de Pregadores - 4ª parte

Onde buscar a mensagem bíblica


Os pregadores referem a bíblia como o lugar privilegiado para encontrar a manifestação de Deus, por ser um livro de sabedoria e conhecimentos.
Desta maneira será muito mais fácil desfrutar cada riqueza que está encerrada na palavra de Deus. E o mais importante:
Saber depois como sair com a rede repleta para oferece-la aos demais..
Jesus prometeu que o Espírito Santo nos recordaria tudo o que ele nos disse.
Mas para que algo seja recordado, antes deve existir na memória.
O Espírito Santo é luz que ilumina nossa mente, portanto isto noa exige um estudo permanente e progressiva da palavra de Deus.
As parábolas são exemplos práticos, que basta aplicar a vida de hoje, para obter já a maneira de nossa pregação. Elas foram o veículo preferido por Jesus para transmitir sua mensagem.
Jesus era um grande pedagogo, que falavam sempre através de exemplos e atrás de cada comparação havia um enorme ensinamento.
Ao pregar, não devemos conformar-mos com uma descrição fria e impessoal, mas faze-la fogosamente, onde todos devem tomar parte da cena com cada um dos personagens, para que possam responder à palavra proclamada.
Na bíblia existem muitas perguntas que o homem faz a Deus, ou Deus faz ao homem.
Ainda que a contestação não esteja explícita, temos que responde-las de acordo com o contexto geral do evangelho.
Em outras ocasiões convém guardar silêncio e esperar que Jesus responda em nosso coração.
Jesus não ensinava impondo sua opinião como dogma intocável, mas preferia que o ensinamento surgisse do fundo do coração.
Para entendermos melhor as palavras ditas no livro sagrado, um bom pregador tem sempre ao seu alcance várias versões da escritura, pois cada tradução sublinha certos elementos.

Formação de Pregadores - 5ª parte

Como aprofundar a mensagem

Assim como um cientista precisa de instrumentos para o seu trabalho, um pregador requer certas ferramentas e técnicas especiais que facilitem seu labor, sendo:

a) A Semântica
b) Antônimos
c) Contextos
d) Visualização
e) Dramatização

a) A Semântica - Está técnica consiste no significado real de cada palavra, buscando suas raízes e sua etimologia.
Quando um pregador chega a conhecer o que significa cada palavra, encontra tesouros maravilhosos. Podemos recorrer em dicionários, etimologias e história da linguagem.

b) Antônimos ou contrários - Esta técnica é muito interessante. Consiste em produzir contraste, contrapondo o que o texto diz, precisamente para evidenciar melhor sua mensagem.

c) Contextos - Não devemos encerrar-nos no significado de cada palavra isolada, pois sairíamos no fundamentalismo.
Um texto fora de lugar, sempre sofre o perigo de atribuir à Bíblia o que não é o seu sentido original.

d) Visualização - Em primeiro lugar é preciso imaginar-se a paisagem que se está estudando. Ver cada detalhe e reação dos personagens bíblicos, perceber as cores e até captar odores.
A técnica consiste em fazer um desenho simples do detalhe mais significativo. Devemos ressaltar um detalhe específico de uma paisagem onde se esconde uma rica mensagem.
Desta forma descobrimos aspectos escondidos nas letras, porém que reluzem no desenho. Se pode fazer vários desenhos de uma mesma paisagem.

e) Dramatização - Dramatizar é exagerar os elementos naturais com uma força que vai além do normal, como quando alguém diz: "está fazendo um drama". É similar a técnica da caracterização, na qual o desenhista exagera os traços de uma pessoa.
Este trabalho tem que ser feito ao vivo, com pessoas que representam a cada um dos atores do relato bíblico.

"Não temos que cair na tentação de querer pôr todos os alimentos no mesmo prato, mas apenas os que combinem."

Formação de Pregadores - 6ª parte

A Classificação da Mensagem


Por classificar a mensagem, entendemos definir o tipo de pregação que vamos empregar.
De acordo com as circunstâncias e o processo de conversão do auditório, se escolhe a direção da mensagem. Ë necessário saber o que essa comunidade precisa nesse momento, para que a semente da Palavra dê o fruto adequado. É preciso diagnosticar a necessidade e responder exatamente a ela.
Cada passagem da palavra de Deus é tão rica, que podemos sucumbir à tentação de tomar o mesmo texto para dar dez mensagens diferentes, caindo assim na demagogia. O melhor é enfocar todos os esforços em um só ponto.
Pregações pesadas, confusas, com excesso de mensagens, terminam sendo difusas e ninguém sabe do que se falou. Se queremos que as pessoas se identifiquem, com a mensagem, primeiro devemos classificá-la. É impossível que as pessoas saibam do que falamos, se nós mesmos tão pouco o sabemos.

A técnica consiste em:
1. Decidir que tipo de mensagem se vai dar, de acordo com o auditório.
2. Enfocar nessa linha toda a pregação (textos, exemplos, perguntas, etc.)

Existem os seguintes tipos de mensagem:

A - Chamamento
São mensagens de convite para aproximarmo-nos de Deus. Apresentam-nos as riquezas do Todo Poderoso: o maravilhoso que Ele é, sua grandeza, seus braços abertos de Pai, seu amor irrevogável.

B - Evangelização
Apresentam a mensagem de salvação em Cristo Jesus. Mostram sua morte e ressurreição, o poder da salvação que existe nele e a escuridão do viver sem o Salvador.

C - Conversão
Se na evangelização se destacou o papel de Cristo Jesus, aqui se insiste muito mais na resposta do homem que crê, confia e se entrega incondicionalmente.

D - Catequese
Usamos a catequese sobretudo quando nos interessa dar um sólido ensinamento de tipo doutrinal ou moral. As vezes necessitamos iluminar o entendimento com as riquezas do Depósito da fé.

E - Espiritualidade
São Mensagens que conduzem a uma comunhão mais íntima com Deus, recordando-nos que dependemos mais do Senhor, que do que fazemos. São chamados a oração, à união e a permanência nele; enfatizam nossa relação vertical com Deus e nossa união inseparável e dependência Dele.

F - Compromisso
Quando necessitamos que as pessoas respondam concretamente e se decidam a servir aos demais, a chamamos mensagem de compromisso. Esta orientação se enfoca na linha do amor: atitudes de compreensão, amabilidade e bondade com outros.

G - Apologética
Ajudam a descobrir os erros doutrinais com respeito à fé; Estas mensagens contém argumentos sólidos para assinalar o erro e mostrar a verdade, implantando o reino desta na mente e no coração dos ouvintes.

H - Fortalecimento
Este tipo de pregação acende o ânimo e renova o entusiasmo por viver; está destinado a levar os caídos e fortalecer os passos daqueles que vacilam.

I - Quebrantamento
São mensagens que sacodem e despertam o auditor. Se as mensagens de conversão são dirigidas para os que iniciam, as de quebrantamento se dirigem aos que, indo pelo caminho, se esfriaram ou desviaram.



Formação de Pregadores - 7ª parte

Como Organizar a Mensagem


Na organização da mensagem devemos considerar tanto o conjunto geral, como cada uma das partes.
Uma mensagem deveria constar do seguinte:

a) Introdução ou motivação inicial
b) Leitura bíblica
c) Ambientação
d) Aplicação
e) Exemplificação
f) Imperativos
g) Oração final

Não se trata de um esquema rigoroso e inalterável , mas de uma pista de arranque para aqueles que iniciam na difícil tarefa de comunicar-se com os demais.

a) Motivação Inicial
Consiste em animar as pessoas para que escutem a mensagem.
Os minutos iniciais são para que a pessoa se sinta privilegiada de estar ali, porque vai receber a mensagem que precisamente está necessitando.
A oração inicial
Muitos costumam começar com uma oração, que eles mesmos fazem ou que outros intercedem por eles.

b) Leitura da Palavra de Deus
Todas as nossas mensagens devem estar baseadas na Palavra de Deus, seja porque primeiro você encontrou um trecho que o orientou a buscar a citação que a respaldara, ou porque foi a própria citação que definiu a mensagem. Qualquer das duas formas é válida, porém a Palavra deve estar presente. Dela emanam a vida e a autoridade.
Selecione a leitura, porém procure não ultrapassar mais de 10 versículos, posto que uma leitura mais longa faria perder a atenção.

c) Ambientação ou orientação
Este é o timão da pregação, que orienta até onde vamos. Consiste em fazer uma aproximação no texto que se leu, enfatizando o que buscamos evidenciar.
Ambientar serve também para descrever as circunstâncias ou costumes daqueles tempos.
Pela ambientação, os ouvintes se tornam atores da cena.

d) Aplicação
É a parte que dá valor a mensagem. Sem aplicação, não existe razão de pregar, pois a leitura e a explicação se converteriam em um relato histórico que não provocaria nenhuma mudança.
Ativa e passiva
A aplicação pode fazer-se em ativa e em passiva, para alcançar todo o público. A aplicação em ativa é quando nós realizamos a ação, e em passiva quando a executam sobre nós.

e) Exemplificação
A exemplificação é a chave de ouro de uma pregação. As vezes parece que a pessoa não entende a mensagem que lhe estamos dando. Outras vezes parece que não penetra. É como se lhe falássemos em outro idioma. Pois bem, dar um bom exemplo é traduzir a linguagem inteligível do que estamos dizendo.
Sempre inclua um exemplo em sua prédica, não deixe incompleta sua mensagem, incorpore o brilho e alento que proporciona uma exemplificação adequada.

f) Imperativos
Os imperativos numa pregação são a pontualidade do que se deve fazer: as novas atitudes é tarefas, ou o propósito concreto que tem que tomar, o compromisso que se deve cumprir, etc.
O imperativo é uma exortação para que a pessoa faça o que deve. Muitos pregadores não incluem imperativos e isto torna ineficaz sua mensagem, porque deixam a pessoa adivinhar o que deve fazer. Ë como dizer-lhes: "tirem vocês suas próprias conclusões".

h) Oração final
Uma pregação de nada serviria, se apenas falássemos nós. O mais importante é deixar Deus agir: que a pessoa experimente o poder salvífico de Deus.
Se falamos de Deus às pessoas, agora chega o momento de falar das pessoas a Deus.
A oração final resguarda a mensagem central e pede-se a Deus a força para cumprir os imperativos.
A oração é basicamente para responder à palavra ouvida. Se o Senhor nos falou mediante sua Palavra, espera uma resposta de cada ouvinte.

Formação de Pregadores - 8ª e última parte

Como pregar a mensagem


São Paulo ensinava que a pregação é o instrumento natural que Deus escolheu para que a mensagem chegue aos demais. Deus sempre vai usar homens e meios naturais para salvar os homens. Nas bodas de Cana se acabou o vinho. Então Jesus ordenou encher as tralhas de água. não quis que aparecesse o vinho, mas que a água derramada nas talhas transformasse em vinho.
Nossa pregação é como a água. O Senhor faz o milagre de converter essa água em vinho de uma nova vida. Portanto, nós pregadores temos um ministério muito especial, e devemos entendê-lo para assumi-lo com responsabilidade. Somos embaixadores que trazemos uma mensagem que não é nossa. Portanto, somos obrigados a ser absolutamente fiéis e entregar essa mensagem da melhor maneira.
Primeiramente o pregador necessita de estudo e oração. Para falar uma hora é necessário estudar pelo menos duas.
Nenhum bom embaixador poderá dizer que vai sem preparar-se esperando que o Espirito Santo lhe diga o que tenha que dizer. Seria uma terrível falta de respeito às pessoas e também ao Espírito Santo.
Existem pregadores que têm quatro ou cinco palestras muito boas e com elas visitam todas as comunidades, porém, desgraçadamente se vão esfriando e repetem de memória, em vez de sair-lhes do coração. E o pior é que eles não se renovam. Se enrijeceram e em envelheceram. Perderam o viço e frescor do primeiro amor.

1 - Antes de pregar

a) Apresentação física
A apresentação deve ser adequada ao público que vamos abordar, porém, ao mesmo tempo, nos devemos sentir à vontade.

b) Reconciliar-se com Deus
Se a apresentação exterior é importante, a interior é muito mais. Reconciliar-se com Deus, perdoar e pedir perdão, purificar modificações, etc. , são aspectos essenciais para não ser acossados interiormente por Satanás em quando pregamos.

c) Tempo
Antes de pregar, fique um momento a sós diante de Deus, a Palavra e você mesmo. Repasse mentalmente a imagem que irá dar.

2 - Durante a pregação

a) Tomar autoridade
De pé, diante do auditório, deve tomar autoridade no nome do Senhor. Não se sinta frustado se tem pouca gente, nem fique nervoso diante de outros pregadores mais famosos ou as autoridades religiosas que ali se encontrem. Neste casos não pregue às autoridades, nem trate de ficar bem perante eles. Centralize-se na Palavra do Senhor.

b) A voz
O uso da voz é determinante na pregação. Fale como você é, sem imitar outro. Imposte a voz. Impostar a voz é levantar mais o tom, para que surja uma tonalidade mais brilhante.

c) Os olhos
Os olhos são a janela da alma e elementos essenciais na pregação. A expressão visual deve estar de acordo com o tema da pregação. Portanto, não é concebível estar olhando o teto, tão pouco o chão. Voltear pela janela ou olhar a quem vai passando, faz com que todos se distraiam. Se olha constantemente o relógio, porá nervosos a todos.
O pregador deve olhar a todos e fixar sua vista em cada pessoa.

d) O rosto
Geralmente , é preciso suavizar todos os músculos da face, relaxar-se e não franzir o cenho.
Rostos enojados ou mal - humorados não são compatíveis com boas pregações. O rosto, reflexo do coração deve estar sereno e transmitir paz.

e) As mãos
As mãos devem servir para desenhar o que estamos dizendo. São como a orquestra que acompanha a um solista. O pregador deve sentir em suas mão cada frase que diz.



F) O corpo
Todo seu corpo deve ser mensageiro da paz. Toda gesticulação, expressão e movimento deve ser benção para os ouvintes e não ocasião de crítica e distração.
Tudo o que seja artificial deforma a pregação. Nunca procure imitar outros pregadores. Ensaie diante de um espelho.

h) Os pés
Coloque-se bem e tenha cuidado de não faze-lo sobre o cabo do microfone. Meça a extensão do cabo, para não causar problemas.

i) Respiração
É chave, porque é a bateria que alimenta de energia a voz. Por isto, é conveniente antes de começar, fazer várias respirações profundas, como bocejando. Respire sem pelo nariz. Assim se aquece e se purifica o ar e não molesta a sua garganta.

j) Implementos para pregar
O microfone de pedestal tem a vantagem de que se pode regular mais a voz, afastando-se ou aproximando-se, porém se perde certa liberdade de movimento. O microfone de lapela deve-se Ter cuidado para não golpear-se a peito.


k) Tempo
É mais importante o controle do tempo com um relógio de parede na sala, ou o seu posto junto ao seu esquema. Não abuse com pregações longas, porque pode acontecer o mesmo que a Paulo: as pessoas dormem. Já quando as pessoas começam a mover-se em seus acentos ou a distrair-se é porque a conversa está se alongando.

3 - Depois da pregação
Depois da pregação se deve avaliar a mesma (não os frutos, que dependem de Deus):
- Fazer um gráfico de atenção das pessoas.
- Fazer uma "analise de solo": como caiu a semente da palavra.
- Não creia muito nas adulações.

a) Seminário
Toda pregação nos deve levar a fazer um seminário. Por seminário entendemos a revisão de acertos e erros que se cometeram numa pregação. Não existe melhor maneira de melhorar que esta.

b) Confiar em Deus
Ao final, sempre assalta uma dúvida: disse o que devia? O pior é se recordamos que esquecemos de dizer tal coisa. Por tanto não tem que dar volta ao assunto, mas entregá-lo nas mãos de Deus. Só Ele da vida e a Ele compete que haja fruto.
Deus pode usar qualquer detalhe, até o mais inesperado, para converter alguém. Não é a nossa eloqüência nem nossa argúcias, mas a ação direta e misteriosa de Deus.

c) Centrar as pessoas em sua comunidade
O pregador nunca deve usurpar o papel de seus pastores.
Sem o pregador se aproveita de seu dom para levar as pessoas á sua própria comunidade não está cumprindo o papel para o qual foi chamado. Sua responsabilidade é enraizar as pessoas na comunidade onde está, para que ali dê fruto...